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Em Curitiba, do turismo ao trabalho, Departamento da Pessoa com Deficiência promove inclusão em várias frentes
03/01/2024 08:20 em Notícias do Paraná

Receber bem os visitantes e moradores de Curitiba com deficiência visual nos principais atrativos turísticos é o objetivo do kit de miniaturas Curta Curitiba na Palma da Mão. A ação foi lançada em 2023 pelo Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência (DPCD) e o Instituto Municipal de Turismo para que o público que não vê possa conhecer os locais pelo tato. 

O DPCD também retomou os encontros presenciais Libras no Parque e trabalhou para esclarecer servidores municipais sobre como melhorar a acessibilidade e a inclusão. Nos mutirões de empregabilidade foram ofertadas 2.660 vagas, que contaram com a participação de 388 candidatos.

Miniaturas

Com a iniciativa, os turistas cegos que vão ao Jardim Botânico, Parque Tanguá, Bosque Alemão, Passeio Público, Teatro Paiol, Torre Panorâmica e Museu Oscar Niemeyer podem usar o kit com miniaturas dos ícones arquitetônicos desses atrativos turísticos.

“Mesmo quem não enxerga agora pode conhecer as belezas de Curitiba”, disse o prefeito Rafael Greca ao lançar o material.

Os kits têm empréstimo gratuito e podem ser retirados no Palacete Wolf (Praça Garibaldi, 7, São Francisco), Centro de Atendimento ao Turista no Jardim Botânico (Rua Engenheiro Ostoja Roguski, 350, Jardim Botânico), na Torre Panorâmica (Rua Professor Lycio Grein Castro Vellozo, 191, Mercês) e no Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Rua Schiller, 159, Cristo Rei).

A retirada também poderá ser feita por guias turísticos, mediante o preenchimento do formulário disponibilizado no site do Instituto Municipal de Turismo (https://turismo.curitiba.pr.gov.br/) dois dias antes da data do passeio.

Depois de usado, o material deverá ser devolvido no local onde foi retirado ou, no caso dos guias, na sede do IMT.

Força de trabalho e nicho de mercado

O potencial produtivo das pessoas com deficiência foi o foco das sete campanhas de empregabilidade promovidas durante o ano no DPCD ou nas ações descentralizadas nas Ruas da Cidadania. Foram ofertadas 2.660 vagas em sete ações, que contaram com a participação de 388 candidatos. Exemplos de sucesso não faltaram.

Foi o caso do técnico em secretariado Pedro Afonso Buratti Przendziuk, selecionado pela empresa de terceirização de mão-de obra Orbenk para trabalhar no escritório local do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI). Ou, então, de João Kauê Pimpão Freitas, contratado como assistente administrativo da empresa Unidas, na CIC.

Na Feira do Empreendedor Sebrae, a pessoa com deficiência foi observada sob outro ângulo: como desafio para o mercado inovador. Durante palestra, empreendedores paranaenses começaram a considerar a pessoa com deficiência como força geradora de produtos e serviços, além de nicho de consumo. Na ocasião, também foram apresentados a terminologia correta para se referir ao universo da pessoa com deficiência e os serviços prestados pelo DPCD.

Apostando na formação

Em 2023, o DPCD também trabalhou para esclarecer o público. Enquanto as pessoas com deficiência participaram de treinamentos e palestras sobre como preparar currículos profissionais, educação financeira, proteção de dados no mundo virtual e como requerer o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e a aposentadoria, ao público externo foram dedicadas atividades para apresentar o mundo e as possibilidades da condição da deficiência.

Houve oportunidades para quem trabalha no serviço público ampliar conhecimentos. Formado por servidores municipais de origens diversas, um grupo de 14 pessoas fez um curso presencial de 60 horas para aprender Língua Brasileira de Sinais (Libras). A oferta do curso atende ao pedido feito por servidores durante capacitação da Frente de Requalificação e Inovação das Ruas da Cidadania, promovida pela SGM (Secretaria de Governo Municipal).

A pedido da Fundação de Ação Social (FAS), aconteceu um treinamento onde cerca de 90 servidores receberam informações teóricas sobre o segmento e participaram de atividade práticas. Foi, basicamente, a proposta da atividade realizada para servidores do Tribunal Regional do Trabalho (TRE) do Paraná. A atividade envolveu cerca de 40 pessoas que se colocaram no lugar de quem, por exemplo, tem problemas de mobilidade e quer chegar aos guichês de atendimento para fazer o Título de Eleitor.

Engenheiros e arquitetos da Prefeitura passaram por uma abordagem técnica. Durante três dias, 21 profissionais fizeram uma imersão no mundo das regras sobre mobilidade urbana, sob a perspectiva de quem tem algum tipo de deficiência.

O curso foi uma promoção da Câmara Técnica de Acessibilidade de Curitiba, com apoio da Secretaria do Governo Municipal. À frente da turma esteve o professor da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) Edison Passafaro. Além de especialista no assunto, ele usa cadeira de rodas.

 

Pessoas com deficiência por aí

O DPCD retomou os encontros presenciais Libras no Parque. Uma vez por mês, falantes de Libras – ouvintes e surdos – se reúnem em um piquenique para praticar a Língua Brasileira de Sinais e se socializar.

Para quem precisa

O DPCD mantém uma série de serviços para atender as pessoas com deficiência e seus cuidadores:

Transporte Acesso - a linha de ônibus que leva e traz pessoas com deficiência de casa para serviços socioassistenciais e de saúde realizou mais de 18 mil atendimentos para quase 1.900 pessoas.

Central de Libras (Língua Brasileira de Sinais) - foram 10.300 atendimentos e atuação em 50 eventos, fazendo tradução simultânea.

Assessoria Jurídica - atendeu 600 pessoas e esteve presente em nove palestras e capacitações para prestar esclarecimentos.

Atendimento Psicossocial - foi o segundo mais demandado, com 1.600 atendimentos realizados, além de 120 visitas domiciliares.

(Texto: SMCS PMC. Foto: Ricardo Marajó/SMCS PMC)

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