O judô brasileiro viveu mais um dia mágico no Campeonato Mundial Cadete! No último sábado (30), último dia de competição individual em Sofia, na Bulgária, Clarisse Vallim, de apenas 14 anos, foi campeã do -70kg e levou a quinta medalha do Brasil no evento, sendo a segunda de ouro. Esse resultado colocou o país em terceiro lugar no quadro geral, à frente de potências como o Japão e a França, e coroou a melhor campanha qualitativa da história da Seleção em mundiais da classe de idade.
“Estou sentindo muita emoção, felicidade e gratidão, porque eu busco todos os dias ser melhor e estar no topo do pódio. E graças a Deus, junto a ajuda que eu tive na minha preparação, tanto no Flamengo, meu clube, quanto na CBJ, a medalha veio”, comemorou a atleta.
Clarisse estreou no Mundial contra a búlgara Elizabeth Miteva, atleta da casa, e venceu com um waza-ari e uma chave-de-braço. Depois, nas oitavas, passou pela polonesa Roksana Zys, por imobilização, e, nas quartas, pela japonesa Kaho Tsuneda, também por imobilização.
Na semifinal, veio o desafio de enfrentar a francesa Lucie Rullier, atual campeã mundial da categoria e líder do ranking. Elas já haviam se enfrentado uma vez, na Copa Europeia de Bielsko-Biala, em maio deste ano, onde Clarisse levou a melhor na disputa de bronze, e desta vez a brasileira novamente não tomou conhecimento da adversária, fazendo-a bater em uma chave-de-braço aos trinta segundos de luta.
Na grande decisão, outra vez Clarisse impôs sua boa habilidade no solo, jogando a canadense Charlie Thibault em yuko e logo em seguida emendando uma chave-de-braço que encerrou o combate. Medalha de ouro para ela, em seu primeiro Mundial e primeiro ano na classe Cadete.
“Eu estudei todas minhas adversárias e estava preparada para qualquer situação nos combates. Eu lutei com a francesa na Polônia e ganhei dela. A japonesa era bem perigosa, mas eu consegui encaixar minha estratégia. A polonesa eu já tinha lutado contra e tomado um sufoco, mas corrigi meus erros e melhorei. Na final, eu já sabia o que a canadense ia fazer. Eu estava pronta e confiante”, disse.
Clarisse tem 14 anos e é atleta do Clube de Regatas do Flamengo (RJ), orientada pelos senseis Rosicleia Campos, Renan Moutinho, Walter Matheus e Murilo Gouveia. Carioca, começou no judô aos quatro anos pelo incentivo do pai e do avô, também judocas, no projeto social Samurais do Morro, na Zona Norte do Rio de Janeiro, com os professores Cláudio Carelli e André Silva.
Neste ano, além do título mundial, ela garantiu dois bronzes nas duas competições internacionais que lutou: a Thuringia Cup, na Alemanha, em março, e a Copa Europeia de Bielsko-Biala, na Polônia, em maio.
César Godoy bate na trave e fica em quinto lugar
O Brasil teve outro judoca disputando medalha neste sábado. No masculino, César Godoy (-90kg) chegou à luta pelo bronze, mas ficou em quinto lugar.
Ele começou vencendo o croata Marko Vujica com uma chave-de-braço, na primeira rodada. Em seguida, nas oitavas, passou pelo mongol Amartuvshin Namsraijav por ippon e, nas quartas, depois de um lutão que seguiu até os três minutos de golden score, levou um waza-ari do atleta neutro Apti Utsiev, indo na repescagem.
Nesta rodada, venceu o sérvio Nemanja Simic com outra chave-de-braço e, na disputa de bronze, após começar bem, acabou caindo no ippon do georgiano Giorgi Zurabashvili.
Já os outros dois representantes brasileiros no dia, Ágatha Paixão (+70kg) e Nicolas Costa (+90kg) foram eliminados da competição na primeira luta, contra cazaque e tcheco, respectivamente.
Ao fim das disputas individuais do Mundial Cadete, o Brasil chegou à contagem de cinco medalhas. O ouro de Clarice Vallim (-70kg), junto ao também ouro de Clarice Ribeiro (-48kg), a prata de Arthur Bonato (-50kg) e os bronzes de Nicole Marques (-52kg) e Laryssa Fonseca (-63kg), além dos quintos lugares de Sarah Mendes (-48kg) e César Godoy (-90kg), fizeram da campanha a melhor do judô brasileiro na história do evento, superando o resultado na edição de 2024, realizada em Lima, no número de ouros. Na ocasião, o Brasil levou um ouro, três pratas e dois bronzes no individual, e um bronze com a equipe mista.
Além da campanha história, o país ficou em terceiro lugar no quadro geral de medalhas do Mundial Cadete 2025, atrás da Federação Internacional de Judô, representada por atletas neutros, e do Uzbequistão. Já o Japão e a Geórgia completaram o top cinco.
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O Mundial segue neste domingo (31) com o último dia de evento, reservado para as equipes mistas. O Brasil estreia contra o Canadá e, se passar, enfrenta o vencedor de Polônia x Grécia nas quartas.
Os confrontos eliminatórios começam a partir de 4h30 (horário de Brasília) e o bloco final às 10h30. O site judotv.com faz a transmissão ao vivo.
(Fonte: CBJ. Foto: Foto: Beatriz Riscado/CBJ)
