Por meio do Projeto Seda, da qual a UEM participa, sete sericicultores brasileiros (seis paranaenses) foram premiados por trabalhos voltados à sustentabilidade, equidade de gênero e apropriação da cadeia de valor agregado à seda. O objetivo do projeto, que é coordenado por Patrícia Marino, do Instituto Nacional de Tecnologia Industrial (Inti) da Argentina, é potencializar o intercâmbio de conhecimentos e aproveitar a capacidade de todos os seus parceiros para oferecer soluções que visem o desenvolvimento sustentável. A divulgação dos contemplados ocorreu em setembro de 2020.
Entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020, o projeto internacional “Contribución a la reducción de la pobreza en la región ALC a través de la sericultura con enfoque sustentable y agregado de valor local”, mais conhecido como Projeto Seda, mantido com recursos da União Europeia, recebeu 80 propostas de produtores latino-americanos de seda, das quais 36 foram premiadas com o Fundo de Apoio à Sericultura.
Este fundo é uma iniciativa financiada pelo Adelante, programa também mantido pela União Europeia para a Cooperação Triangular que busca promover relações horizontais entre os países da América Latina, Caribe e Europa.
Das 80 propostas inscritas, 26 eram brasileiras (93% do estado do Paraná e 7% de São Paulo). Destas, 7 foram escolhidas para serem beneficiadas com o montante de €144.666,00.
Segundo as coordenadoras no Brasil, Maria Aparecida Fernandez e Alessandra Aparecida Silva, ambas da UEM, os produtores selecionados aguardam apenas a assinatura do acordo entre as associações - que são responsáveis pela assistência aos produtores- e a coordenação da iniciativa internacional para que deem início às atividades.
Projeto Seda
O Projeto Seda é formado por grupos de pesquisas do Brasil, Argentina, Colômbia, México, Equador e Cuba, assim como integrantes de apoio para o desenvolvimento do projeto de instituições da Itália e Portugal. Este projeto busca a melhoria da capacidade técnica e produtiva da sericicultura entre os grupos da América Latina e Caribe.
No Brasil, o grupo é formado por pesquisadores da UEM que integram o projeto desde 2016, sendo que iniciou os estudos de melhoramento genético do bicho-da-seda em 2003, com apoio do governo do Estado do Paraná, Fundação Araucária, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Esta iniciativa tem como objetivo a análise de expressão de genes que possibilitem prevenir doenças que afetam a criação do bicho-da-seda, assim como a melhora da produtividade de casulos e apoio aos sericicultores do Paraná, principal produtor do Brasil de casulos de qualidade.
O grupo da UEM é constituído por professores que trabalham na área de genética molecular; melhoramento da produtividade sericícola; genética; química, biofísica e bioquímica. Além destes pesquisadores, o auxílio também vem por parte de docentes associados da Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste), que atuam na área de microbiologia e morfologia; da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), na área microbiologia; e da Universidade de Cambridge, Inglaterra, na área de bioquímica.
Quem são os pesquisadores:
Maria Aparecida Fernandez, Alessandra Silva, Ana Lapenta, Flávio Seixas, Marco Aurelio Schüler de Oliveira, Luis Francisco Angeli Alves, Lucinéia Ribeiro, Rose Costa, Henri Schrekker e Torsten Krude.
Saiba quais são os projetos beneficiados:
1- Treinamento de atualização tecnológica na sericicultura - Associação Brasileira da Seda - Abraseda, Londrina/PR;
2- Fios do bem - Associação de pais e amigos de Bastos (Apae), Bastos/SP;
3- Energia limpa e sustentável para os produtores da sericultura do Município de Araruna - Associação de Sericicultores de Araruna/PR;
4- Mãos que criam na Seda: arteterapia e design têxtil na inclusão social - Associação Flávia Cristina, Londrina/PR;
5- Aquisição de 23 roçadeiras hidráulicas e Evento Técnico - Associação dos Sericicultores do Município de Cândido de Abreu/PR;
6- Aquisição de produtos agrícolas e florestais - Associação de Sericicultura Ivaté/PR;
7- Centro de treinamento para a melhor cericicultura do futuro - Associação de Agricultores de Tupinambá/PR.
(Comunicação UEM)