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Scheidt pula à vice-liderança e entra no último dia de regatas em Portugal na briga pelo pódio
23/04/2021 21:01 em Outros Esportes

O vento mudou em Vilamoura. Entrou com fortes rajadas sudeste e levantou as ondas no mar português nesta sexta-feira (23). Melhor para Robert Scheidt. O bicampeão olímpico velejou bem e assumiu a vice-liderança do ILCA Vilamoura European Continental Qualification. Neste sábado (24), o brasileiro volta à água para as duas últimas regatas com grandes chances de conquistar uma medalha na última competição oficial antes da Olimpíada de Tóquio.

Enquanto Scheidt compete por uma medalha em Portugal, uma torcida especial fica ligada na internet a cerca de 2 mil quilômetros. Sua mulher, Gintaree os filhos Erik, de 11 anos, e Lukas, com oito anos, têm acompanhado as regatas em Vilamoura em transmissões pelo Youtube (https://www.youtube.com/c/VilamouraSailing), diretamente da casa da família, na cidade italiana de Torbole, às margens do Lago Di Garda. Erik já coleciona títulos na classe Optimist e pode ser considerado o torcedor número um do pai, que, aos 48 anos, é o atleta mais velho da flotilha.

Nesta sexta-feira, penúltimo dia da fase final em Vilamoura, Robert consegui um 14° e um 5° lugares, saltando do quinto para o segundo lugar, com 68 pontos perdidos, já contando um descarte. O brasileiro está a 14 pontos do líder, o britânico Michael Beckett, que tem 54pp. Já a vantagem de Scheidt para o terceiro colocado, o alemão Philipp Buhl, é de cinco pontos. A partir da quarta até a sexta colocação, a diferença entre os velejadores é de apenas um ponto, dando a medida do equilíbrio e do alto nível técnico do campeonato, que tem em jogo as últimas oito vagas europeias para a Olimpíada e está reunindo 139 competidores. 

“Tivemos um dia de muito vento, ondas e, consequentemente, duas regatas muito duras fisicamente. Após uma boa largada na primeira prova, eu estava bem colocado. Mas, infelizmente, como as boias são verdes e muitas vezes se confundem com a cor da água do mar, acabei passando da linha e fazendo um percurso maior. Apesar de perder posições, consegui me recuperar e chegar em 14°. Na segunda disputa, novamente larguei bem, montei a primeira boia em décimo e cruzei a linha de chegada em quinto. A velocidade continua boa e para este sábado há expectativa de que o vento continue forte e com mais onda. Estou contente por chegar ao último dia nessa situação de poder brigar por uma medalha. Esse era o objetivo”, disse o velejador, que é patrocinado pelo Banco do Brasil e Rolex e que conta com o apoio do COB e CBVela.

Perto do segundo título em 2021 - Em sua última competição antes de Vilamoura, no mês de março, Robert Scheidt conquistou o título da ILCA Coach Regatta Lanzarote, na Marina Rubicón, em Playa Blanca, no litoral do arquipélago das Ilhas Canárias, na Espanha. A vitória no campeonato promovido pelos treinadores veio após completar seis das oito regatas entre os top cinco. O título não foi seu primeiro pódio em 2021 nas Ilhas Canárias. Na primeira competição do ano olímpico, Scheidt conquistou o vice-campeonato no Lanzarote Winter Series, em fevereiro.

Recorde nos Jogos de Tóquio - Com vaga garantida na classe Laser para os Jogos do Japão, Robert Scheidt, que completou 48 anos na semana passada (dia 15 de abril), está prestes a disputar o maior evento esportivo do planeta pela sétima vez, um recorde entre os atletas brasileiros.    

    
Scheidt retornou à classe Laser em 2019, após quase três anos ausente, desde os Jogos do Rio/2016, onde terminou na quarta colocação, mesmo vencendo a medal race. Nesse período de readaptação às novas técnicas e nova mastreação, cumpriu seu objetivo principal, que foi o índice para Tóquio, com o 12° lugar no Campeonato Mundial da Classe Laser 2019, em Sakaiminato, no Japão. Ele confirmou a vaga no Mundial da Austrália, em fevereiro de 2020, quando chegou à flotilha ouro e foi o melhor brasileiro na disputa.     
     
Maior atleta olímpico brasileiro - Em março de 2020, foi eleito o maior atleta olímpico do Brasil, em votação coordenada pela Rede Globo com os maiores medalhistas olímpicos do País. Na comemoração dos 100 anos de história do Brasil nos Jogos Olímpicos, no início de agosto deste ano, ficou em segundo lugar em votação de 100 jornalistas, atrás apenas de Adhemar Ferreira da Silva e à frente de Joaquim Cruz, seus ídolos que muito o inspiram.     
     
Cinco medalhas:     
Ouro : Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na Classe Laser)     
Prata : Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)     
Bronze : Londres/2012 (Star)      
     
181 títulos - 89 internacionais e 92 nacionais     
     
Laser     
- Onze títulos mundiais - 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013     
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt     
- Três medalhas olímpicas - ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000     
- Na Olimpíada Rio 2016, terminou em quando lugar, vencendo a medal race, televisionada para o mundo todo.     
     
Star     
- Três títulos mundiais - 2007, 2011 e 2012*     
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe     
- Duas medalhas olímpicas - prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012     
- Integrante fundador da Star Sailors League, um circuito global de competições em franca ascensão, como uma ATP da vela, com ampla cobertura midiática. Scheidt foi o campeão da primeira edição, em 2013, ao lado de Bruno Prada, e vice-campeão em 2017 e 2018, com Henry Boenning.      

(Assessoria)

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