A Universidade Estadual de Maringá (UEM) está à frente da organização do 25º Vestibular dos Povos Indígenas no Paraná, que será realizado nos dias 14 e 15 de setembro. O edital com as especificações do concurso está publicado no site do evento.
Conforme o cronograma do certame, anunciado pela Comissão da Universidade para os Indígenas (Cuia) da UEM, a divulgação e as inscrições dos candidatos, nas Terras Indígenas, ocorrerá de 23 de junho a 8 de agosto.
Após os trâmites legais, incluindo a homologação dos inscritos e o prazo recursal, a universidade vai tornar públicos, no dia 5 de setembro, os locais das provas.
Ainda de acordo com o cronograma, no dia 14 de setembro será aplicada a prova oral e, no dia 15, as provas de Conhecimento Geral e de Redação, ambas nos oito polos de aplicação. Por meio do site vestibular.uem.br/indígena, a Cuia publicará, no dia 10 de outubro, o resultado final do processo seletivo.
Além da UEM, as vagas são oferecidas pelas universidades estaduais de Londrina (UEL), Ponta Grossa (UEPG), do Oeste do Paraná (Unioeste), do Norte do Paraná (UENP), do Paraná (Unespar) e do Centro Oeste (Unicentro); e pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A UEM é a instituição de ensino superior que mais forma estudantes indígenas no Paraná, com 50 graduados e 81 matriculados até o momento, apesar de ser a mais distante das Terras Indígenas.
Segundo a professora Maria Christine Berdusco Menezes, coordenadora da Cuia, “o Vestibular para os Povos Indígenas no Paraná faz parte da política de ação afirmativa do Estado do Paraná, por meio das leis 13.134/2001 e 14.995/2006 que assegura seis vagas como cota social indígena em cada uma das sete universidades estaduais. A primeira edição ocorreu em 2001”.
Ainda conforme a coordenadora, “com os vestibulares específicos, o estado do Paraná se destaca em ação de políticas afirmativas e tem avançado para inclusão dos indígenas no acesso ao ensino superior público”.
Compromisso
A UEM possui inúmeros projetos de pesquisa, ensino, extensão e desenvolvimento, que envolvem estudantes indígenas da graduação e pós-graduação.
A inserção cada vez maior de indígenas no ensino superior é um compromisso permanente da instituição. Em pouco mais de duas décadas de existência da política de ação afirmativa no Paraná (Lei 13.134/01, ampliada pela Lei 14.995/06), a UEM graduou dezenas deles, em diversos cursos, capacitando-os para o mercado de trabalho ou para a atuação profissional em suas comunidades de origem.
Além deste trabalho para garantir o ingresso dos povos indígenas, a UEM tem se empenhado para a permanência de estudantes Kaingang, Guarani e Xetá, na instituição. Para isso, oferece apoio institucional com oferta de auxílio permanência, oriunda da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) do Paraná; monitorias específicas (Programa de Inclusão e Permanência de Alunos Indígenas/Proindi); e o suporte de setores como a Pró-Reitoria de Ensino (PEN), o Laboratório de Arqueologia, Etnologia e Etno-História (LAEE) e a Diretoria de Assuntos Acadêmicos (DAA), da Diretoria de Assuntos Comunitários (DCT), que oferece atendimento psicossocial e auxílio alimentação aos estudantes indígenas e outras modalidades de bolsas e cotas, ainda com apoio dos conselhos acadêmicos de cursos, da Associação Indigenista de Maringá (Assindi) e o acompanhamento da própria Cuia/UEM.
Com ações como a criação do Plano Individual de Acompanhamento do Estudante Indígena (PIAEI) e do Proindi na instituição e um trabalho intenso da Cuia, a UEM conseguiu reduzir o índice de evasão de estudantes indígenas ao longo dos anos.
Os acompanhamentos a esses estudantes são constantes, incluindo viagens às terras indígenas de origem, oficinas pedagógicas e uma sala específica para os indígenas na Biblioteca Central (BCE).
A instituição conta com indígenas estudando nos cursos de graduação presencial e a distância: Administração, Agronomia, Direito, Educação Física, Enfermagem, Geografia, História, Letras, Medicina, Odontologia, Pedagogia e Serviço Social; na modalidade a distância: Ciências Biológicas, História, Letras e Pedagogia.
(Paulo Pupim/Comunicação UEM)