O Troféu Brasil Interclubes de Atletismo Loterias Caixa completou, em 2025, 80 anos de uma rica história de vitórias e momentos emocionantes nas pistas – é uma das mais longevas competições nacionais e o maior campeonato de clubes da América Latina.
A 44ª edição foi realizada entre os dias 31 de julho e 3 de agosto, na pista do Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro (CTPB), em São Paulo. Reuniu 746 atletas (308 no feminino e 438 no masculino) e teve a participação de 18 competidores paralímpicos.
As arquibancadas do CTPB ficaram cheias durante os quatro dias de competição. E não faltaram emoções para aqueles que acompanharam as disputas, na pista ou nas oito sessões transmitidas ao vivo pela TV Atletismo Brasil e no Canal Olímpico.
Foram estabelecidos 6 recordes sul-americanos (1 sub-18), 9 recordes brasileiros (2 sub-18) e 8 recordes do Troféu Brasil – destacaram-se os recordes continentais de Erik Cardoso (Sesi-SP), nos 100 m (9.93), de Luiz Maurício da Silva (Praia Clube-CEMIG-Exército-Futel-MG) no lançamento do dardo (91,00 m) e de Viviane Lyra (Praia Clube-CEMIG-Exército-Futel) nos 35.000 m marcha atlética (2:46.36.2).
O Troféu Brasil também foi palco do recorde mundial da velocista paralímpica Rayane Soares da Silva na classe T13 (deficientes visuais): ela correu os 100 m em 11.66.
O Esporte Clube Pinheiros celebrou o decacampeonato brasileiro. O clube paulista conquistou o seu 10º título consecutivo com 561,5 pontos, vencendo também nos naipes feminino (295,5 pontos) e masculino (266 pontos). Assim como em 2024, o Praia Clube-Exército-CEMIG-Futel foi o vice-campeão brasileiro, com 449 pontos. O clube de Uberlândia (MG) também ficou com a segunda colocação entre as mulheres (230 pontos) e entre os homens (219 pontos).
A Orcampi, de Campinas (SP), conquistou a terceira posição geral de clubes, com a soma de 154 pontos. Foi a terceira melhor equipe entre as mulheres (82 pontos) – no naipe masculino, a terceira colocação foi do Sesi (SP), com 79 pontos.
Emoção na homenagem a Aída dos Santos
O Troféu Brasil de 2025 foi lugar de homenagem a Aída dos Santos, a primeira mulher brasileira finalista olímpica – ela ficou na 4ª colocação do salto em altura nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964. Foi a única brasileira nessa condição por 32 anos, até que Maurren Maggi conquistou o ouro olímpico em Pequim-2008.
Aos 88 anos, Aída esteve presente no primeiro dia de competição e foi homenageada na Cerimônia de Abertura. Acompanhada da filha Valeskinha, campeã olímpica com a seleção brasileira de vôlei, Aída viu sua trajetória em vídeo exibido no telão da pista do CTPB e recebeu a medalha entregue a todos os pódios do Troféu Brasil, com sua própria imagem.
Na mesma cerimônia, que foi acompanhada pelos ídolos dos atletismo, outra homenageada foi Wanda dos Santos. Maior medalhista do Troféu Brasil, com 48 ouros, Wanda faleceu em 30 de junho, aos 93 anos. A trajetória da lenda do atletismo, que disputou dois Jogos Olímpicos (Helsinque-1952 e Roma-1960) e competiu até os 89 anos, também foi lembrada com um vídeo.
Rosângela Santos e Márcio Teles: despedida das pistas
A disputa de 2025 também a marcou a despedida das pistas de dois atletas olímpicos. A velocista Rosângela Santos, de 35 anos, medalha de bronze no revezamento 4x100 metros de Pequim-2008 e finalista dos 100 metros em Londres-2012, calçou as sapatilhas pela última vez. Na homenagem, Rosângela alinhou sozinha na raia 6, com o número 1091 – uma representação de seu recorde brasileiro e sul-americano, 10.91, obtido em 2017.
Márcio Teles disputou o último Troféu Brasil pela sua equipe, Orcampi (SP). Heptacampeão brasileiro dos 400 metros com barreiras, anunciou o fim da carreira dentro das pistas após disputar as semifinais da prova. O barreirista de 31 anos disputou duas edições olímpicas, Rio-2016 e Tóquio-2020.
As Loterias Caixa e a Caixa são patrocinadoras máster do Atletismo Brasil.
(Texto: CBAT Oficial. Foto: Gustavo Alves/CBAt)